Bom dia tudo bem?
Antes de falar o que são os créditos de carbono, vale a pena contar como eles surgiram:
Desde a década de 70 os paises veêm discutindo as questões climáticas em diversas conferências mundiais. Em 1997 foi assinado o Protocolo de Kyoto, no Japão, onde os países desenvolvidos se comprometeram em reduzir suas emissões de GEE (Gases de efeito estufa) em 5,2% comparado aos níveis de emissão de 1990. A União Européia, Japão, Rússia e Canadá ratificaram o acordo e estabeleceram as metas. Os EUA (governo Busch) assinaram o protocolo de Kyoto, mas não o ratificaram, ou seja, não possuem metas de redução.
Os países que possuem metas são classificados como Países Anexo I.
O Brasil, China, India, Coréia do Sul, México entre outros, fazem parte dos Países não-anexo I, ou seja, não possuem metas de redução.
Os países do Anexo I, para atingir suas metas, precisam utilizar tecnologias que reduzam as emissões de GEE, através de melhorias nos processos produtivos de sua indústria, utilização de energias renováveis, reciclagem e outras metodologias que reduzam a emissão de GEE para atingir seus objetivos. Caso não consigam atingi-los podem comprar créditos de carbono gerados por projetos dos países Não Anexo I.
Esses projetos de redução de GEE chamam-se MDL - Mecanismo de Desenvolvimento Limpo - que tem por objetivo retirar, absorver, impedir ou diminuir a emissão dos gases poluentes. São projetos como queima de metano em aterros sanitários, utilização do bagaço de cana-de-açúcar, casca de amendoim, casca de arroz, capim gigante, galhos provenientes de podas de árvores como fonte de energia alternativa, construção de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH´s), instalação de aerogeradores (cataventos gigantes), reaproveitamento de agua utilizadas no processo produtivo, entre outros .....
Cada tonelada de CO2 retirada ou evitada na atmosfera, corresponde a um crédito de carbono, ou RCE - Redução Certificada de Emissão. Um tonelada de metano, por exemplo, equivale a 21 créditos de carbono, pois seu potencial de aquecimento global é 21 vezes mais poderoso que o CO2. Hoje, 01/03/10, cada RCE vale 11,74 euros, aproximadamente R$ 28,88 .
O preço mais alto aconteceu em meados de 2008, chegando a cerca de 25 euros e o preço mais baixo aconteceu em fevereiro de 2009, algo em torno de 6 euros.
Existem dois mercados de carbono: o mercado que segue as regras de Quioto, chamado de mercado oficial (que vale para as metas) e o mercado voluntário (VCR - Voluntary Carbon Registry). Esse último acontece na Bolsa de Chicago e tem o preço cotado em cerca de US$ 5,00. Não conta para as metas de Quioto. Esse mercado pode se desenvolver muito caso seja aprovado pelos EUA a lei de redução de emissão. Caso isso aconteça, todos os estados americanos terão metas para atingir e isso, com certeza, injetará muito dinheiro nesse mercado (hoje gira em torno de US$ 1 bi, comparado a US$ 130 bi do mercado oficial em 2009).
Bom, isso é um pouco do mercado de carbono e o que ele é.
Qual a vantagem: Podemos e temos condições de nos destacar no cenário mundial como o País mais ambientalmente correto do mundo. O primeiro projeto de aterro sanitário registrado na ONU foi brasileiro (Novagerar - RJ), o primeiro projeto de plantio de eucaliptos para utilização na indústria de ferro gusa foi brasileiro (Plantar - MG). Agora falta juntar o potencial que temos, com um nível muito maior de educação e consciência de nossa população.